30 de abr. de 2008

VINÍCIUS ABOUT DATING

A vida é a arte do encontro
embora haja 89 por cento
de desencontro pela vida

7M

26 de abr. de 2008

neve (lullaby)

prometi beijar-me no abraço dos roucos.
prometi-me amansar a urgência de um carinho mudo.
prometi me prometer tudo para depois, bem sei, não cumprir e então
prometer de novo, mais uma vez incendiado,
nas ruínas sem tédio,
na nostalgia do mais.
como os espaços fendidos,
como uma hélice manchada,
como as rodas de um navio e todas as musas prostituídas.

porque o branco é meu luto,
porque o branco é a vertigem pós-maldita da cidade.
porque o luto é a bandeira da nostalgia de maio,
porque as ávores de aço giram em torno delas mesmas.
porque hoje não tem reza com canudo.
porque os céus sangram às cinco e meia da manhã,
assim como todos os padres voadores e mapas afogados.


7A

25 de abr. de 2008

Sampa




Sempre tive esse problema, nunca entendi São Paulo... São Paulo não tem moradores tem acionistas. Eu nunca vim a São Paulo, São Paulo não existe... São Paulo não rima com nada... Nunca me foi tão cruel que me pudesse ser doce, nem tão doce que me pudesse ser nauseante... é só como aqueles momentos de inércia sem delírio nos segundos antes da morte que ninguém nunca viveu porque quem morre são os outros. Quem morre é São Paulo, São Paulo nunca morre... Sempre tive esse problema...


7D.

21 de abr. de 2008

soy loco por ti américa





A doutrina racial começa na tentativa de salvação atráves do Rio Missisipi, esta sim, a verdadeira vertigem de uma unidade universal. Os engenheiros são sempre os mais inocentes de todos.

A espada vingadora do arcanjo Henri Ford será apresentada nas micaretas de canibalismo pelo demiurgo Jorge Mautner, o único herói possíevl dos pneus de oceano.

Perto do rio Missisipi, o Amazonas é somente um aquário para recreação. Na Fordlandia há o casamento perfeito entre a floresta ianque amazônica da nova cosmopolis. Everybody happy?

Os caboclos do espinafre querem sangue novo e muito mais palmas para o império Ford Tapajós Impressionista. O milagre do rio vermelho do Arkansas busca a Mamãe velório nas pupilas de gasolina. Os capítulos em branco ficam por aqui, nesses holofotes de destino e nas carcaças de Tróia.

A verdade é que as fábricas tentaculares significam muito mais. Não somente a ditadura da felicidade, mas também a proposta de Romaria ao monumento Lincon moldado por Aleijadinho no evangelho do kaos.

Te desejei pelos plasmas que escorrem. Te desenhei pelas noites. Te escorri pelas veias sem tédio. Te adormeci nas esquinas sem volta. Te ganhei nas luas de sangue. Tal qual raio num céu azul. Romário cruza uma bola para o abismo.

7A.

18 de abr. de 2008

GRANDES TRADUÇÕES DE TRADIÇÕES ou UM SINCRETISMO YANKEE ou CADA UM TEM A POESIA QUE MERECE


na Bahia a vida era assim
Olodumaré no Orun
e os orixás andando a cavalo nos homens
um erê colocava pedrinhas dentro dos búzios
e um ifá pela voz de uma Ialorixá
dizia que um Ogum estava no caminho
– São Jorge de armadura branca dragão e lua –
fossem os búzios sem as pedrinhas
e era Iemanjá planície do mar sal e cabelos longos
Odoyá rainha do mar...

na Grécia a vida era assim
Zeus no Olimpo
e os deuses brincando com os homens
Éris colocava alucinógenos nas ambrosias
e uma antevisão pela voz de um oráculo
dizia que Marte estava no caminho
– Ares com dois cães raivosos um homem e dez mil vozes –
fossem as ambrosias sem alucinógenos
e era Vênus pousada na concha chegando com o vento
nasce a aurora rosidáctila...

em Washington a vida era assim
um presidente numa Casa Branca
e os congressistas andando em blindados pagos por homens
alguém colocava aviões nos prédios
e um relatório na voz de um exército
dizia que um Árabe estava no caminho
– Osama de barbas brancas caverna e deserto –
fossem os prédio sem aviões
e era Marilyn saindo do bolo cabelos louros
happy birthday dear president...

7D.


13 de abr. de 2008

HAPPY MEAL

apocalipse now


8 de abr. de 2008

E LOGO MAIS

Melhores momentos do Poesia na Galeria!
2010 é logo ali!
É preciso mudar ou mudar de vez!
Vamos virar comida de leões!
eeeeeeeeeeeeee........ Itália!.......

4 de abr. de 2008

POESIA NA GALERIA (todos estão convidados)



Luiz Felipe Leprevost; Dirceu Vila; Augusto de Guimaraens Cavalcanti; Bruna Beber; Omar Salomão; Ana Rüsche; Mariano Marovatto; Domingos Guimaraens; Vitor Paiva; Marília Garcia; Alice Sant’ Anna; Angélica Freitas são alguns representantes da nova safra da poesia brasileira neste início de milênio. A escolha deste conjunto de poetas não se deve a nenhum padrão estético, escola ou afinidade de estilo. É mais pautada pela afetividade e efetividade com as quais produzem este estranho gênero que beira a literatura. Percorrendo as paredes da galeria o leitor poderá perceber um sem-fim de referências que numa leitura desatenta mais afastam do que aproximam os poetas. No entanto, o ponto de contato desta geração de aurora de milênio é exatamente a explosão das possibilidades de ferramentas que estão ao alcance para a construção de suas poéticas. Cada poeta segue seu jogo específico e cabe ao leitor descobrir, se adequar, perverter e inventar as regras para este ludo poético. Estas paredes trazem um conjunto de poetas que acreditam no suporte livro, mas que também são pesquisadores de poesia, músicos, artistas visuais, atores e ainda editam periódicos sobre poesia e circulam pela internet em blogues pessoais e revistas eletrônicas. A exposição ainda conta com a presença da Caixa Casa Corpo de Maria de Lourdes Coimbra, diretora do espaço no final dos anos 70, responsável por este movimento de trazer a poesia para dentro da galeria de arte. Tudo numa montagem que dialoga a relação entre poesia e visualidade tanto na disposição e no comportamento das letras no papel, ou na parede, como na performance do poeta na palavra que fala. Boa leitura!