A guerra em geral me parece um efeito poético. As pessoas se julgam obrigadas a bater-se por uma qualquer mesquinha posse e não reparam que o espírito romântico as excita a aniquilarem as inúteis maldades através de si próprias. Elas levantam as armas pela Poesia e ambos os exércitos seguem uma bandeira invisível. Na guerra movem-se as águas primeiras. Novos elementos do Mundo devem nascer. A verdadeira guerra é a guerra religiosa; ela corre direta ao declínio, e a demência do homem se apresenta na sua forma completa. Muitas guerras, especialmente as que nascem do ódio nacional, pertencem a esta classe e são autêntica Poesia. Aqui estão os verdadeiros heróis, os mais nobres poetas, nada mais que involuntárias forças universais penetradas de Poesia. Um poeta que fosse herói de guerra, simultaneamente, seria já um enviado divino, mas a nossa poesia não está à altura da sua representação. (Novalis)
Os poetas da guerra, Los Almos ecoa em algum espírito romântico de Novalis ao New México. Bandeiras invisíveis ajudarão a raiar o dia
e já não importa que mundo irá nascer,
já não importa em que pulso se irá pulsar,
em que sol de plástico irá caber?
Já pouco importa.
(cada herói flutua)
Faça como aconselha aquela música dos Smashing Pumpkins:
Feche os olhos para ver a poeira dos anjos.
O unicórnio bestial do Apocalipse virá em um versinho dançante e hipnótico de Puff Daddy e nada mais.
( Santa Fé é aqui; nesse bar, nessa calçada)
Mas e teu museu de radiação?
Estados Unidos da Vertigem.
Mas e tuas chuvas de silêncio?
Estados Unidos do Tédio.
Estados Unidos da Ilusão.
Os poetas da guerra serão os únicos possíveis nesse imenso poema talhado no céu aberto,
de Novalis ao New México, das granadas a cicuta;
torcemos todos.
Caminhamos.
A poeira dos anjos é nossa hóstia contra a imanência da televisão.
7A.
16 de out. de 2007
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