9 de nov. de 2007

AMOR AMÉRICA



A maior cena de amor Americana não é nenhum beijo de Humphrey Bougart e Ingrid Bergman... não tem Deborah Kerr nem Gregory Peck.... não é aquele beijo do soldado na enfermeira no final da Segunda Guerra. A maior cena de amor Americana é Jacqueline Kennedy Onassis subindo em desespero a capota daquele Ford modelo Lincoln para catar os pedaços explodidos da cabeça de John Fitzgerald Kennedy. São algumas dezenas de fotogramas da primeira dama repossuída em transe ensangüentando as mãos nos miolos daquele 22 de novembro de 1963. Lee Harvey Oswald matou Kennedy. Dois tiros cirúrgicos, um no pescoço e outro fatal na cabeça. Foi você mesmo Oswald?! Não! Oswald o teria devorado! Lee Harvey ex-marine. Até tu Brutus?! É presidente quem deu o tiro foi um dos teus... naquele dia D of the Big D, Dallas city. Don´t you mess with Texas mr. president. Sempre que vejo um beijo em preto e branco ou escuto ao longe o Sam tocando de novo em Casa Blanca lembro de Dona Jacqueline ajoelhada no carro já funerário em movimento atrás do cérebro espatifado do marido. Amar é ter nas mãos essa massa cinzenta que pensava a América! Cinzenta como a Lua que ele queria conquistar. Flicts. É... presidente naquele 20 de julho de 1969 lembrei de suas palavras. Um homem na lua. E você o que teria pensado Kennedy ao ver na distância aquele foguete Saturno V cortando os céus como a bala que cortou o ar até a sua cabeça?! “A small trigger for a mans finger but a giant blow for a human head!” Dona Jacqueline catando miolos para alimentar mortos vivos! Miolos!!! Miolos!!! Nada é por acaso nessa vida... Lincoln morreu na sala Ford do teatro Kennedy. Kennedy morreu num Ford modelo Lincoln. É... nada é por acaso nessa vida... Sempre que penso no amor na América penso em Dona Jacqueline ajoelhada apavorada apaixonada com as mãos empapadas de sangue catando a cabeça do marido.
E Pelé disse: Love, Love and Love!
7D.

6 comentários:

Anônimo disse...

Sensacional!! Teu melhor texto de longe Mariano, sigamos em frente na campanha pelo dia do vermelho, branco e azul nos terreiros do Candomblé. Parabéns pelo texto, e realmente o amor que desejamos é muito mais essa massa cefálica de Dallas do que as luzes falsas da Cidade dos Anjos.
Segue a batalha.
7A.

Anônimo disse...

ERRATA: Ops! Animal eu! Assinei 7M mas o poema é do 7D! Já modifiquei! O amor é meu!

7D(oente)

Anônimo disse...

Fala Primo!! Sabendo que o texto é seu muito me deixou feliz porque este talvez seja nosso manifesto:
Pela massa cefálica de Dallas contra a Cidade dos Anjos. Pelo dia do vermelho, azul e branco na umbanda contra os beijos cenográficos, pelos carrosséis contra os sonetos.
7A.

Anônimo disse...

Pelos sonetos contra os helicópteros, contra as marianas pelas clarissas, contra o cinema pela flanerie, contra o mississipipor dallas, contra as orgias parnasianas, contra
O preto e branco onírico, contra o econômico pelo documental, contra o tempo pela montagem, Voz em off pelos planos longos, contra a dramaturgia brechtiana pelo agrippino,contra a batina pelo véu contra as ausências pelos vazios.
Sigamos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

7A.

Anônimo disse...

Contra as clarissas pelas marianas,
pelos poetas loucos que dançam pelas ruas como piões frenéticos e loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo fervilhante-pop!- pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos ´´aaaaaah!``.
aaaaaaaaaaaah!!!!

7A.

Anônimo disse...

Não vou describir aqui a minha imagen perturbadoramente amorosa, só vou dizer que adoro vc escrevendo prosa... ou algo assim, ou pelo menos sobre o amor..
amor amor.. :*
C.