5 de nov. de 2007

O Livro das Respostas (por 7A)

Lamentamos muito pela morte do teu navio?
Um prisioneiro solto pelas eternas grades do oceano.
Vai, vai contar os passos na parede?
Vai espalhar teu rebanho pela sala?
Tarde de observar canibais, areias de ilhas presas em telescópios?
O mundo não passa de um eco em palácios de lama?
O traje de distorção, flores tóxicas nas avenidas holográficas?
Em um bueiro azul cada canto te esconde?
Pianos nos aeroportos da metralhadora de luz brilhante,
Tem um palhaço solto no encanamento da tua capa de transparência, não o palhaço, mas o que havia atrás do palhaço.Tem um palhaço na areia do castelo, no barco que flutua na raiz da chuva,
tem um palhaço solto nos balões de escuro, tem um palhaço solto na maldição que acaba.
A acidez do palhaço, a afta.

Colocar giletes no escorrega,
só mesmo andando de bicicleta ladeira abaixo é que se pode esquecer todas as luzes mortas?
E quantas pessoas não estarão presas agora em elevadores?
Você já chorou jogando vídeo-game?
E que tal batata frita com sangue?

Faróis explodem pela geladeira,
você já disse olá para o Robison Crusoé do Buñuel?
O beijo do palhaço loucura.
Daquela vez ficamos tão felizes que tivemos que passar o dia inteiro no esgoto da geladeira.
Lamentamos muito pela morte do teu navio.
tem um elevador solto na lua do túnel, tem um super-homem aleijado no escritório da farsa, um narciso as the spaceboys falls down strangers...........

Mas.....você já tentou fazer um collect call para a tribo xavante de Manhattan?
Você já conversou com os tupinambás da Fifth Avenue?
E que tal tomar um chá à meia-noite com Max Ernst e Franz Picabia no meio do Central Park de cartola púrpura e venda nos olhos?
E por que não?

5 comentários:

Anônimo disse...

Nerudiano?

Unknown disse...

Um Neruda transvestido de dadá......tudo que Pablo sempre quis dizer a Tzara!

Anônimo disse...

http://rastrosdocoelho.blogspot.com/

Caro Augusto,
o link do meu blog é este aí. Desconsidere o outro que vc foi sem querer.

Mais tarde passo por aqui para ler o texto novo.

Anônimo disse...

Depois de ler com calma ficou uma impressão: o texto é de uma ironia surreal (se é que o segundo termo não pressupunha o primeiro)!

Anônimo disse...

Na petulância em responder rasguei 11 das 12 partes de Glass para arrematar uma resposta.

Não consegui uma à altura. Parabéns.