26 de abr. de 2008

neve (lullaby)

prometi beijar-me no abraço dos roucos.
prometi-me amansar a urgência de um carinho mudo.
prometi me prometer tudo para depois, bem sei, não cumprir e então
prometer de novo, mais uma vez incendiado,
nas ruínas sem tédio,
na nostalgia do mais.
como os espaços fendidos,
como uma hélice manchada,
como as rodas de um navio e todas as musas prostituídas.

porque o branco é meu luto,
porque o branco é a vertigem pós-maldita da cidade.
porque o luto é a bandeira da nostalgia de maio,
porque as ávores de aço giram em torno delas mesmas.
porque hoje não tem reza com canudo.
porque os céus sangram às cinco e meia da manhã,
assim como todos os padres voadores e mapas afogados.


7A

3 comentários:

Anônimo disse...

Os mapas afogados como aquele mapa do país sonhado por Borges q para ser tão preciso era do tamanho do próprio país e afogou a todos!

Viva o padre voador!

7D;

Carleto Gaspar 1797 disse...

- Marque a alternativa correta:

São os toxicômanos que esculpirão em seus negros seios a verdade do mármore?

(A)Sim, sob uma marcha de divisões Panzer.
(B)Talvez no réquiem remoto dos astros vencidos.
(C)Não, mas sim o açucar disperso das roucas esferas.
(D)Não há apenas verdade no mármore .


Resposta: Opção D: Branco, para os hindus, só se usa em dias de luto.

Anônimo disse...

o luto é branco para os chineses também.......agora achei a alternativa B a mais poética.......o réquiem remoto dos astros vencidos...bom, por enquanto ficarei aqui nas minhas paredes de luto!!!!!

7A.