13 de mai. de 2008

beijos de nuvens fazem cinema (para Haroldo de Campos e Mamãe Menininha do Gantois)

o gravador sanguíneo dos profetas
nos edifícios de restos e suas asas de tristeza.
as ventanias batem no abstrato transparente
daquele corvo que continua erguido entre raios.
caledoscópios celestes de nervos descampados.
de qualquer controle remoto pulsando na artéria
dos lagos salgados de UTAH.
se lembre no dia em que vencemos os amarelos no VIET.
as voltagens das câmeras nos eletrocardiogramas dos prédios.
galhos e mais galhos de asfalto,
flores desabrochando gravadores dos oniscientes deuses do lixo.
(beijos de nuvens fazem cinema)

filhos de afalto e as baratas do tédio olham para as chuvas além capas,
lamas além naufrágios,
piratas além línguas.
agora que os deuses são cientistas e as moscas sao anjos,
a matéria do transe transbordamento e suas doutrinas de dinamite.
plásticos sagrados e rodas sagradas nas avenidas à queima-roupa.
os hospitais da indústria e os cemitérios das igrejas de pós-modernismos
estão muito bem explicadas nas bíblias de banheiro e nas granadas de delicadeza.
soy loco por ti hollywood.

castelos astrais, rampas e azulejos,
canadenses travestidos de californianos,
o FBI dos arames maravilhosos e os Batmans iminentes rondam a beira do mundo.
os irmãos metralha te dão as boas vindas nesse balé de abutres,
as pupilas enlatadas nos saudam, aqui nesse aqui restaurante dos cílios.
enquanto isso bandaids remendam o irremendável.
(cigarros queimam por nada e para ninguém)

estas palavras são patrocinadas pelos refrigerantes de petróleo e mulatas de marshmallow.

a lua é aqui no chão, a lá de cima é só reflexo dessa aqui de baixo
que explode no cometa da cabeça,
mero picadeiro de milagres.
disfarses no auditório sangrante das vitrines desgovernadas
dos basculantes autômatos do retrovisor
e automóveis de alucinaçao.

mutatis mutandis,
a memória é uma sombra projetada nos shoppings de áurea e pétalas de gasolina.
esta é uma homenagem aos yuppies da vila kennedy via estamira-nixon-wall street e o capitalismo negro do hip-hop. estátuas de ilusões infláveis no coração de Bangu.

e como vai seu vizinho?

7A.

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