George Washington não viu na mestiçagem uma cadência fatal. Thomas Jefferson, apesar de ser contra a preguiça inata na construção identitária da Eldorado do Novo Mundo, vê o continente rico em espera por invasões cruas. Simplesmente adora os manequins sentimentais empalhados e sua comoção lírica de mitologias indígenas e folclores urbanos estilizados. Em Fort Lauderdale não haveria nenhum ardor metafísico pelo mar, mas sim a busca da queima dos barcos feito por Cortez na Costa Rica. Da África o Imperador nunca mais irá voltar.
Da preguiça da ganância o cowboy do far-west possui a aridez geral de lagoas mortas e clima feroz, um traço melancólico de paisagens e a dramatização de sua natureza. Os retirantes do Arizona possuem as folhas urticantes dos umbuzeiros de Phoenix. O homoamericanus (cruzamento pré-colombiano dos tupis aborígenes) é antes de tudo um fetichista desesperado pela hecatombe das ausências de ruas. O ganancioso herói acaba de reconstruir a muralha da China, congela um vulcão na Itália, e recoloca a Estátua da Liberdade em seu devido lugar.
Superman nunca ouviu o alter-ego de ensinamentos de Kripton. Quando o Super-homem perde sua capa (arrancada pelo Homem Nuclear) é como um ato grego do herói que perde sua armadura. No entanto, se Superman é o Ulisses norte americano voltando sempre para salvar Metropolis não parece envelhecer como os deuses gregos, já que enquanto seu ator Chistopher Reeve ficou paralítico e morreu tempos depois, a alegoria do Super-Homem voltou e voltará rejuvenescida sempre que algum Prometeu drogado quiser. Um anão surgiu berrando em um elevador que o terceiro mundo vai e explodirá, mas Superman nem deu ouvidos.
Irão nos apresentar agora as argamassas de sangue dos Titãs e Moribundos. As emboscadas da Caatinga não escondem os texanos. Segundo dizem as vozes de Kripton ´´a terra é primitiva demais, e se você ensiná-los a colocar a fé em uma pessoa, mesmo sendo você, você estará ensinando-a se trair``. Superman nunca ouviu o alter-ego de ensinamentos de Kripton. É aplaudido na ONU e se diz mais terráqueo do que de Kripton. A cornucópia da volta de Lex Luthor acontece em uma tela gigante em Times Square e seu Hércules nucelar dança sob energia do sol. A roda criou o navio e a bomba atômica criou a roda.
Um avião pousa em um campo de beisebol e Grande Otelo é aplaudido ao vivo na televisão. Deus envelhece e adoece? Os deuses gregos sim. O tom bíblico da figura holográfica de Marlon Brando é que explode o astro muriaquitã. O mundo não precisa de super-homens. No lado escuro da lua preso dentro de um elevador; é quando a lua tapa completamente o sol. Superman IV acaba com um eclipse do sol. O Planeta Houston é realmente azul.
Pelos murmurejos do Arariquera, é que Cary Grant desafia a gravidade, volta o tempo e atravessa as vinte e oito galáxias. Com sua roupa nas cores da bandeira norte-americana e com o mosaico de guerras sangrentas nas costas. O mito de origem da fábula é o limite da própria galáxia. A placa tectônica da California um dia detonará sua identidade mantida em sigilo. O bebê sexualizado escapa subindo ao céu do planeta em um berço cadente indo parar no Kansas, já nasce adulto e feio. O bebê de super poderes é Adônis na mitologia norte-americana. Isto não é uma ficção.
Paris é a capital do planeta Houston, mas não manda em nada. Torre Eiffel da Metropolis em ruínas. A sombra da história calha quando o super-herói resolve ser humano; Prometeu fala ao vivo diariamente em rede de TV. Macunaíma obriga o presidente dos Estados Unidos a ajoelhar dentro da Casa Branca. Com um sopro derruba helicóptero e muda o curso das águas de Niagra Falls. É o camaleão que vira estrela.
Superman é chamado pelos vilões de Kripton de idiota sentimental. Os rebelados de Kipton são destruídos por um outdoor da Coca-Cola e empilhados num caminhão da Malboro. (Presidentes entalhados na rocha). Em um terreiro de macumba da Louisiana é que Macunaima vestido de hippie pede um trabalho contra o gigante industrial antropófago Lex Luthor. Superman somente aparece na América Latina para apanhar bananas para o jantar.
Um homem aparece sorrindo enquanto fala em telefone público arrastado no meio de um furacão; Super-homem naufraga um barco entre dois prédios. Ali no centro da metrópole Sylvester Stallone convida tigres para seu casamento. Canoas de asfalto e monstros de isopor humilhados por homens-macacos torturadores.
Como bem defende Susan Sontag, Macunaíma é o super-homem modernista do lugar abstrato do grotesco elegante sem charme. O magnetismo epilético já era uma coisa a frente de Oswald, esquadrinhava uma identificação cultural que não fosse fixa, ou apenas nacional. Andy Wahrol bem sabia que era impossível se pensar os Estados Unidos sem as paisagens de plástico Elvis Marilyn e a Los Angeles de plástico. Suas linguagens em dicionários de imagens e psicodélicos submarinos em forma de quadrinhos extraordinários, eram e são erimundos e espertos no limite da perturbação da bestialidade com a novidade da brincadeira bacanérrima.
Grande Otelo como bebê é catapultado das entranhas do mito. Dentro de um supermercado de cultura é claro que as musas hiper-sexualizadas de Manhattan fazem a diferença. Seus figurinos esfuziantes são de uma grife de mulheres comedoras de gente, arrogantes e subsumidas em sangue. Irapuru pousa na cabeça da metamorfose. A muriaquitã industrial gera as 51 estrelas da confederação, ascende na galáxia e se inaugura como alegoria nacional- universal afixada na natureza. O herói se afoga no próprio sangue com seu casaco presidencial. Em azul, vermelho e branco é obrigado a entrar em um balanço com balões que sobrevoam a feijoada feito padre; sendo aplaudido pela massa festiva. É um ato de nascer sem aura nenhuma.
Na cena da feijoada canibal no Parque Lage, Clark Kent utiliza sua calma carnavalizante praticando até o jogo do bicho; e o vencedor (por uma lógica absurda) é jogado dentro da feijoada devoradora de gente. Casamento carnaval. Quando abandona a cidade está vestido de cowboy dentro de canoa na beira do Uraricoera, levando como memorabilia urbana uma guitarra elétrica, um rádio, uma televisão, um ventilador, uma eletrola e um auto-falante.
Lex Luthor comedor de gente se traveste de mulher em um velório alegre para apaixonar os mágicos e os cafajestes. No meio da Baía de Guantanamo nasce um bebê que logo depois será explodido junto com sua mãe por bomba relógio. A família pós-apocalipse. Os brancos se vestem de índios para sobreviver. Domam-se a catequese da competição espacial e possuem a certeza de que logo chegará o jesuíta Antônio Vieira intergaláctico Clark Kent lenda erudita POP.
3 comentários:
Todos bem interessantes - os três-setes. Mariano, o gosto pessoal aponta mais a voce. Aparte os jogos, interessantes, também tem tuas imagens sinceras e os versos, cantaveis quase - do que li dos cinco ou seis poemas achados por ai, d´"o primeiro vôo". Aqui fica uma palavra de elogio...
agora que tudo ruiu, sou só paisagem.
não acredito em ninguém com mais d 30, não acredito em ninguém c 32 dentes.
o amor é p os fracos.
o petróleo deve ser mto melhor msmo, e só o francis bacon faz sentido.
7A
Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
O AMOR SEMPRE É MAIS IMPORTANTE,
AMOR AMÉRICA!!!!!!
7A
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