Salvador Dalí vai virar estrela de cinema nesse ano de 2009 em biografia estrelada por Al Pacino.Para comemorar este fato os Sete Novos estão gravando este texto. Dalí-ávidadólares quem é teu sócio? Quem é teu sócio do desespero? No desespero da luz algo te puxa por navio para o meio do furacão. Furacão 2000 de Dorothy no Mágico de Oz passado no SBT. Sei Salvador que nunca ligou teus telefones para o milagre, o máximo que você conseguiu foi ser garoto propaganda do carro de seu conterrâneo Pablo Picasso. Mas será que Neruda viu esse comercial em sua televisão de dor patrocinada por Franco? Teus relógios se derreteram porque o teu veneno não conseguiu derreter o uivo de aleluia da metralhadora da lógica do Império do Tempo. O Império da razão continua agindo dentro dos intervalos da TV na piscina dos ratos. Fazendo cara de fácil qualquer Al Pacino sabe facilmente queimar sua guitarra de tédio dentro daquelas estúpidas torres. A esquina foi triturada e Dalí nem notou o abismo cavado em Ground Zero, o quebra cabeça de estrelas foi naufragar logo naquele talk show. Em 1929 quando você foi para Nova Iorque ridicularizar de perto aquele show, aproveitou e seguiu a chuva para a modernidade, entregou sua orelha para a primeira pessoa que passou na esquina e depois foi jogar xadrez, deglutir o urinol e beijar o ânus do sol. Dalí, nenhuma antena ou bigode jamais satisfez Rivelino quando Carlitos beijou Hitler? Já reparou o Breton na bíblia dos quadrinhos iluminada por Wahrol naquela tarde nuclear? E se Buñuel quisesse te transformar em seu Robinson Crusoé para Max Ernst colar? Nos anos 40 quando Salvador Dalí esteve em Nova Iorque, denunciou o cineasta surrealista Luis Buñuel como ateu, o que levou Buñuel a ser despedido de sua posição no Museu de Arte Moderna. Para comemorar este fato os Sete Novos estão gravando este texto.O mar vermelho não pára de aumentar sua ressaca no pulso de ketchup que Gaudi usa (USA) no meio de seu hambúrguer de petróleo. A batida da noite não conseguiu convencer Vicky Catalunha. Se algo pudesse dinamitar os guardiões da razão trágica. Se algo pudesse dinamitar a lógica por pena dos engenheiros pernambucanos. Os supermercados de bananas das Casas Bahia não satisfizeram Carmen Miranda, que preferiu ir até o mangue de Detroit em boa viagem do Michigan. Dalí, este bem poderia ser o seu réquiem tropical para os automóveis. O seu simulacro resolveu atropelar Arrabal em pleno cemitério do tempo. O seu simulacro de alma queria mesmo era explodir as ilusionistas gargantas de Paul Éluard e Lorca na memória da galáxia. O grafite que Gala emprestou a Basquiat dinamitou Manhattan como queria Drummond. Gargantas ilusionistas para as prostitutas da lógica, equações de pássaros para as concretas propagandas das felicidade em pó. Desculpa a poeira Dalí, desculpa a poeira, mas um cartaz me anuncia aquele filme de sonho sobre seu encontro com Walt Disney em 1946 para filmar a animação ´´Destino``, obra esta que Walt Whitman Disney e o pato criador do verso livre Donald recusaram depois. Mas, quantas vezes você já foi ao inferno nesse mês? Al Pacino comprovará nas telas que as Luzes se acendem nas prateleiras da rua. Al Pacino enganará a ilusão dos beijos e receberá em troca as danças desperdiçadas por todas as luas de látex. Mesmo assim, Dalí comemora a existência dos Anjos no cheiro das palavras, anjos existem nas chuvas amargas, anjos suicidas permanecem nos olhares de navalha. Dalí- ávidadólares tentou investir sua língua incendiada na contramão das guilhotinas, mas qualquer possibilidade de abrigo já havia se perdido há muito tempo no silêncio dos perdedores. Todo esse cimento não te salvou e os paraísos arruinados nem se deram o trabalho de chover sangue no seu jardim. Muros desabam no fluir dos dias, anúncios brilham pelos viadutos do universo.
10 de jan. de 2009
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