3 de jul. de 2010

Adeus, glória a Deus! (por 7D)




Quando o Robinho marcou aquele gol contra o Chile, se ajoelhou e no ultra super slow deu pra ler nos lábios dele o “Glória a Deus” eu fiquei preocupado. Até o nosso último representante do panteísmo na seleção colocava tudo nos pés de Deus. Já disse meu primo Augusto que o futebol é o ópio do deuses, eles estão muito doidos enquanto a bola rola. Um jogador que deposita tudo nos pés do senhor deposita tudo nos pés de um bêbado, se abate quando toma um gol, castigo divino! Assim a seleção do Evangelho Quadrangular perdeu para os maconheiros de Amsterdan. Adeus, glória a Deus! Adeus mastodontes do tédio! Vanucci estava certo: Viramos comida de leões!

Em 94 e em 2002, as duas copas que vi o Brasil ganhar em vida, tinha gente fazendo o sinal da cruz e rezando pai nosso, mas tinha sempre um baiano macumbeiro. Seja o mais comportado Bebeto, filho de Iemanjá, de 94 ou os mais exu caveira como Vampeta e Edilson em 2002. Entre as festanças das cifras estratosféricas de 2006 e o militarismo evangélico de 2010 eu fico com qualquer outra coisa para 2014.

Deixo aqui meu medo em relação ao Neymar. Fiel da Igreja Batista Pinel, digo Peniel, ele não se incomoda em doar o dízimo. No primeiro contrato estratosférico com o Santos ele fez o cálculo e viu que os 10% eram o preço de um carro zero. Não teve dúvida, deu logo um carro novo pro pastor que aceitou de bom grado. No céu o vaga certa não cobra, te pede uma bênção e vai embora.

No monoteísmo levar um gol é ser castigado, é razão pra descontrole emocional. No panteísmo o jogo é lá e cá e cada gol não é castigo ou prêmio é apenas parte da festa. No final existe sempre um trabalho que pode ser feito pra reverter a situação. Haja trabalho e encruzilhada até 2014. Kolofé Axé Oxóssi Saravá!

7D

PS:

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