17 de jul. de 2008

Careless love (7A)

Repara nessa estrada aberta na frente da tua tela,

Peixes pulam enquanto as nuvens púrpuras passam.

Asfaltos estrebucham em um corpo caído que vai e vai e vai pelas linhas amarelas do horizonte. O professor pólvora sobrevive à nobreza do submundo de Portland mostrado por Gus Van Sant. O Henrique IV das latrinas e seus eternos cowboys de farmácias à meia-noite.

E do East River ao Queens, como pôde Jessica Lange suportar um King Kong bem no meio das entranhas? As freiras vestem seus parangolés para muito além da loucura matemática. Andy Kaufman aparece acompanhado de Mariana e sua serra elétrica laranja. Paulo Fitness nos aplaudirá. Balançamos compulsivamente nossas bandeiras em nosso desespero lisérgico. E as ciências só funcionam bem com as televisões fora do ar.

Antigamente era o mundo dentro do mundo refletindo todo o resto, selvagem e adorável; cacos de arco-íris com índios dançando. Agora nós, os índios urbanos, atravessamos as procissões beckettianas nas discotecas dos desiludidos radioativos e vermelhos. Gritando para o espaço com nossas poças de girassóis gigantes e argamassas siderais de pequenos apocalipses. Bette Davis e Shirley Temple na nebulosa do caos.

Até que todos livros sejam queimados e vivamos um grande Fahreinheit 451, a objetividade sensitiva intrínseca da celebração será a do rito indigena extinto, belíssimo em um museu. O que sobriverá não será o discurso, mas o poético sob todos os discursos?

Entre a peça de museu e o poema,os negros importados em latas práticas prontas para consumo são expostos nessa geometria dramática em sua síntese dialética faminta. Os pessimistas não sobem muito alto nas torres de gasolina do Oregon. O charmosíssimo DOPS é saudado pelo Bonde Fodão e Toquinho e Os Cara. Só o POP salva? E como diria Gláuber, a sociedade começou na Grécia e terminou nos Estados Unidos. Seja Michael Jordan, seja herói. Irmã. Irmã, a vida é tão certa, mas por que há sangue saindo de sua cabeça?

Enquanto isso Bob Dylan Thomas troveja: ´´ Yippee! I'm a poet, and I know it. Hope I don't blow it.`` ``.

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