15 de jun. de 2009

AMOR BAGDÁ (POR 7A)








Um canibal correu para sua tribo a anunciar que tinham capturado um soldado norte-americano. “Bom”, disse um dos canibais entusiasticamente, “eu sempre quis provar um hambúrguer de conversa fiada”. O entretenimento dos bárbaros é ver bombas caindo em uma matemática celestial. Na cidade que já foi luz, a multidão já começa a se derreter. De repente estrelas descem do teto.

Cidades não são meramente geográficas, os tigres transbordam seus rios. Quantos deuses podem dançar na direção de uma bússola? Os inocentes videntes não reparam na poeira dos espelhos, nos reconfortantes escuros. A matemática é uma falsidade provisória. Em tua pré-islâmica urbanização circular ainda pulsa a Mesopotâmia e seus palácios das flores. Porque do caos é que se inventam as estrelas.

Como uma oração de cicatrizes, Bagdá se ascenderá em cada ressaca de futuro que houver, em cada descampado, em cada instantâneo pó, em cada máquina espiritual. Assim como um lustre sabe como acender e o peixe sabe como boiar e a criança sabe como atear fogo no útero da mãe, Bagdá continua respirando em coma. A primavera cresce por si só.

Um comentário:

jupyhollanda disse...

Lindo Augusto...

Paraty?

B-Juju