







Cruzando de leste a oeste o glorioso estado de Iowa pastores de porcos da colônia alemã filiados ao Greenpeace interromperam o tráfico da rodovia 69 entre Ames e Des Moines. Os pastores protestavam contra a plantação de soja transgência no estado que, usada como ração, estaria afetando a saúde dos porcos. De encontro à manifestação vinha um grupo de produtores de etanol da colônia Irlandesa que queria cruzar a rodovia no intuito de chegar à capital para uma reunião sobre subsídios à produção do produto. Os porcos chafurdavam em poças de lama e estrume ao lado da rodovia enquanto os pastores tentavam empurra-los para o asfalto. Buzinas e gritos de porcos se misturavam ao som da canção de luta do Iowa entoada por um grupo de hispânicos que já se consideravam americanos e se sentiam no direito de reivindicar o greencard antes de tentar atravessar Minesota para fugir de possíveis retaliações num exílio forçado no Canadá. O caos atingia um ponto de tensão perto da ebulição. Quando estavam os irlandeses empurrados pelos hispânicos prestes a atropelar os porcos dos alemães alguém de etnia indefinida gritou o lema do estado: Our liberties we prize and our rights we will maintain! Perguntado sobre sua procedência gaguejou e não se sentia confortável para incluir-se em nenhuma categoria.Oh, we will fight, fight, fight for Iowa State And may her colors ever fly.
Iowa Fight Song
7D.
Sonhei com Ana Cristina César. Ela estava ali sentada naquela roda com meus amigos em frente a uma entrada de garagem numa rua sem saída do Leblon. Ana C. ali como eu não a conheci. Doce e calma com aquele olhar magro de lentes que engoliam o mundo. Falávamos sobre seu próximo livro... “Claro que eu te escrevo um prefácio”... Ela ri, se levanta, vai. Antes da esquina me diz... “O mais triste não é a morte, é conhecer alguém no passado já sabendo do seu futuro”... “Eu só te conheci nos sonhos”... Uma parede de janelas de banheiros se ergue no entardecer!
7D.